quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Transpor... Com que objetivo?

   Olá pessoal,
   Há algum tempo não tenho postado nada... Pois bem, aqui estou novamente e com uma boa notícia: a equipe do blog vai se empenhar mais em acabar com os vácuos, que se instalam com força por aqui.
E aquela velha história... Obrigada pelos acessos, comentários, e continuem assim! Participando e indicando o blog sempre que possível!

   Agora, sem muita enrolação, vamos direto ao ponto. Venho a vocês com o seguinte assunto: transposição do rio São Francisco.

   Vocês certamente já devem ter ouvido falar sobre esse projeto, e se não ouvirão, não se desesperem, vou tratar de muitos pormenores da ditas transposições de rio e finalmente tratarei desse caso em específico, ressaltando a viabilidade ou não de tal obra.

   Transposição de um rio é aquela em que são empregadas barragens, sistemas de canais, dutos, dragas, dentre outros, para mudar o curso natural de um rio, fazendo com que este atinja locais que necessitam de seu abastecimento. Em outras palavras, é alterar toda uma bacia hidrográfica, com séries de desvios e intervenções, demandando altos investimentos, para resultados nem sempre satisfatórios.

   Não é difícil perceber que tal obra, assim como construções de barragens, traz inúmeros impactos ao ecossistema local. Locais antes com rico abastecimento de água, se encontrarão em dificuldades, populações ribeirinhas serão afetadas – fazendo com que estas busquem outros lugares para viver, gerando a fragmentação de comunidades e consequente perda cultural –, fauna e flora serão prejudicadas pela mudança da geografia local (bem como a escassez de água), dentre outros fatores que vocês mesmos podem deduzir.

   Segundo um estudo realizado pela rede WWF, concluiu-se que, antes de mais nada, é necessário analisar diversas outras alternativas de abastecimento de água nesses locais, para que se evite tais impactos, por vezes desnecessários, considerando tal medida como última opção a se recorrer.

   Mas é importante ressaltar que há sempre polêmicas que envolvem qualquer projeto concebido e aplicado. Interesses por detrás de grandes obras são sempre presentes.
   Nesse caso, do projeto São Francisco, é observado que a obra favorecerá em grande parte os grandes latifundiários, uma vez que o curso do rio será desviado para as proximidades de grandes fazendas. O problema da escassez de água não será resolvido, segundo críticos, tendo em vista que a água será retirada de locais que demandam muita – tanto para uso humano, quanto animal –, e seu destino final será a agroindústria e a carcinicultura, sendo alegada a geração de novos empregos e oportunidades à população.
De um lado, encontram-se populações já em grande miséria e que passarão a ter maior privação à água e condições mínimas de desenvolvimento. De outro, a indústria geradora de empregos.

   Não é preciso adotar uma postura muito austera para ter o mínimo de discernimento, visão crítica e entender de que lado o governo irá ficar. O que mais oferece condições de desenvolvimento do país, populações sujeitas a muita pobreza ou uma indústria muito promissora?
Pois bem, analisado esse ponto, podemos entender um pouco mais o que motiva tal ação.

   Agora, se me permitem, vou retomar o ponto do valor dessa obra. A obra encontra-se parada por necessidade de “termos aditivos”. É preciso mais verba para dar-se continuidade a ela e calcula-se o encarecimento de 36%.
   Ao passo que as construções vão seguindo, os materiais ficam mais caros, a mão de obra deve ter um reajuste salarial, dentre outros fatores. Como podem notar, é preciso grande infra-estrutura e disponibilidade de verbas para tais construções, e a alegação da necessidade de se fazer chegar a água a muitas partes do sertão não é suficiente para nos convencer de tal motivação por parte do governo. Interesses diversos se escondem por detrás desses esforços, como observado anteriormente.

   Agora vocês me perguntam qual a ligação de tal fato com o blog. Vivemos diante de uma situação de degradação ambiental, de busca incessante pelo dito ‘desenvolvimento sustentável’, e pela consciência, tão sonhada consciência ambiental. E de repente nos deparamos com tamanho descaso às nossas apelações, aos nossos esforços de despertar nos cidadãos o respeito ao nosso planeta.

   É isso o que nós seres humanos fazemos, usamos de todos os recursos possíveis para prejudicar a natureza e nos favorecer. Mas agora lhes pergunto: até onde vamos nos beneficiar? Será mesmo isso benefício? Só consigo enxergar perdas.

   Pense nisso.

   Fontes (sites):
Ambiente Brasil, Terra Azul, Educacional, 360 graus e Fundação Joaquim Nabuco.

Bjobjo,

Lê.

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